quinta-feira, 19 de abril de 2012

estou delirando
meus amigos dizem que sou louca
minha mãe diz que ando doente
isto é problema de gente que não sente,
de quem deixou de sentir

afoguei-me em cigarros e outros fumos que tais
ás vezes lá ia vinho
e mais uns vicios mortais
sabem lá eles, ninguém sabe
o forte que eu tentei ser
muito tempo eu o fui
até que o mal acabou por ceder

vivo decadente
e à espera que fales comigo
é que me fazias sentir bem
trocar tudo para ficar contigo
não sou romântica,
não gosto de lamechices e flores
aprendi a tocar na guitarra
em dias frios ao relento
mas sei que cmecei a ver cores
numa vida de chuva e vento.
não sei bem quem és, acho que nem te conheço,
deixas-me doente mas curas-me ao mesmo tempo



domingo, 15 de abril de 2012

somos todos uns estúpidos

Preocupamo-nos tanto a fazer tudo para sobreviver, a trabalhar , e no fim acabamos a viver para sobreviver e não a sobreviver para viver? Desculpem mas assim não dá. Eu quero ir contornando isso que me dizem para fazer. Eu quero fazer isso de maneira diferente. É a minha vida. Se causo desilusão a alguém, por muito que custe, não consigo ficar indiferente. Não consigo que manipulem a minha mente. -"Eu não sei o que faço aqui, não sei quem sou e não me sinto eu mesmo "- Porque isto assombra -nos a alguns. E quando nos deixamos levar por "Eles" , já começa a ser tarde demais. Façam o que têm a fazer e fujam. Procurem-se a vocês mesmos. Sejam felizes.Partilhem essa felicidade com os outros. E esses outros contagiem os outros "outros". E o mundo será fantástico ? Não. Mas não vai ser tão merdoso.

"Eles" é que não nos deixam.
E somos todos uns estúpidos porque eles conseguem enganar-nos a todos.

só de visita, só de passagem


Sorrateiramente, bateste à minha porta, deixei-te à espera. Sim entra, digo  minutos depois.Não respondem…olho para o corredor vazio estampado de ilusão. Cheira a saudade e a ti. Mas era um dos muitos apartamentos do que se revelou ser um enorme prédio, daqueles que arranham os céus.Ouve-se barulho noutro apartamento .Fecha-se a porta. O tempo que te deixei à espera foi o tempo que demorei a destrancar as mil fechaduras que fui colocando ao longo da vida e o tempo que me preparei a pensar- "Ok, é agora ". Ingénuo ser, fora desse prédio há loucuras e mundos outros que tais, os seus habitantes serão sempre iguais, não te fui visitar porque tinha receio, porque eras tu, eras diferente coisa que agora não creio. Como visitante, não valeste nada. Que se foda o receio, eu não deveria ter deixado essa porta fechada durante tanto tempo, há espera que o recorrente banal se transforamsse em especial. "Trespassa-se" dizia agora na janela de fora. 

"Sim, está tudo bem e contigo ? :) "

eu admito, já não sou capaz, eu pensei demais. pensei desesperadamente e loucamente demais. eu sei que podíamos, nao pudémos, ou …poderemos sequer? não foi inato, li nos acasos do universo, eu sei que li , isto nao foi esculpido para nós, nós não somos nada, somos só eu e tu. quando me vires a passar, vê mas não penses em mim, mas também não te esqueças do "podíamos " , que eu sei que eu não.mas só vou estar bem quando já eu própia não souber , quando eu não pensar. Até lá, boa tarde,olá, bom dia, boa noite,o costume,adeus, beijinho, está tudo bem. " Está tudo bem "

Eu ja nem digo nada de jeito.