domingo, 15 de abril de 2012

só de visita, só de passagem


Sorrateiramente, bateste à minha porta, deixei-te à espera. Sim entra, digo  minutos depois.Não respondem…olho para o corredor vazio estampado de ilusão. Cheira a saudade e a ti. Mas era um dos muitos apartamentos do que se revelou ser um enorme prédio, daqueles que arranham os céus.Ouve-se barulho noutro apartamento .Fecha-se a porta. O tempo que te deixei à espera foi o tempo que demorei a destrancar as mil fechaduras que fui colocando ao longo da vida e o tempo que me preparei a pensar- "Ok, é agora ". Ingénuo ser, fora desse prédio há loucuras e mundos outros que tais, os seus habitantes serão sempre iguais, não te fui visitar porque tinha receio, porque eras tu, eras diferente coisa que agora não creio. Como visitante, não valeste nada. Que se foda o receio, eu não deveria ter deixado essa porta fechada durante tanto tempo, há espera que o recorrente banal se transforamsse em especial. "Trespassa-se" dizia agora na janela de fora. 

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